Movimento Saúde em Dia apresenta estudo à população
Mais de 70% dos portugueses dizem que o financiamento na Saúde é insuficiente e querem contratação de mais profissionais
Sete em cada dez portugueses consideram insuficiente o investimento feito pelo Estado na Saúde e entendem que a falta de profissionais é o principal problema do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Outra das falhas apontados ao SNS prende-se com a dificuldade de relacionamento dos utentescom as instituições, bem como os tempos de resposta.
As conclusões constam de um estudo realizado pela GFK Metris para o Movimento Saúde em Dia, constituído pela Ordem dos Médicos, Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e pela Roche.
O estudo foi feito através de mil entrevistas a adultos em Portugal, com uma amostra representativa da população. As entrevistas ocorreram entre 20 de setembro e 6 de outubro deste ano.
A par desta análise ao que pensam e sentem os portugueses em relação ao estado atual da Saúde em Portugal.
Elencamos algumas das principais conclusões deste estudo:
- 7 em cada 10 portugueses entendem que o investimento atualmente feito pelo Estado na Saúde é insuficiente;
- A prioridade do financiamento na Saúde deveria ir para a contratação de mais profissionais, nomeadamente médicos;
- Um terço dos portugueses estaria disposto a contribuir com mais 5 euros por mês de impostos para contribuir para o SNS, 23% estariam disponíveis a pagar mais 10 euros mensais e 19% a dar um acréscimo de 20 euros mensais canalizados para o SNS;
- 56% dos portugueses avaliam positivamente o SNS, 36% não o consideram ‘nem bom nem mau’ e apenas 7% o classificam negativamente;
- 9 em cada 10 portugueses são favoráveis à criação de parcerias entre o SNS e os privados para encaminhar doentes nos casos em que o SNS não tem capacidade de resposta em tempo útil.
- Apesar da avaliação positiva do SNS, os portugueses apontam como principais problemas a falta de profissionais de saúde (37%) e os elevados tempos de espera para a marcação de atos médicos ou de saúde (42%);
- Sobre o impacto da pandemia nos serviços de saúde, 35% dos portugueses entendem que a sobrecarga nos serviços vai prolongar-se por 2022, cerca de 25% dizem que deve durar até final deste ano e há 15% que antecipa que durante o outono a situação deve estar normalizada;
- Os portugueses destacam a vantagem de ter médico de família, sublinhando a relação continuada e a proximidade, mas queixam-se dos tempos de espera para marcar consulta e da dificuldade em contactar os centros de saúde;
- Como medidas para melhorar o acesso ao SNS, o contributo dos portugueses centra-se em três questões fundamentais: contratação de mais médicos e profissionais de saúde, diminuição dos tempos de espera para consultas e um acesso facilitado a exames ou consultas de especialidade.
Consulte aqui a apresentação do estudo da GFK Metris.
Estudo à população portuguesa
Mais de metade dos portugueses entende que pandemia dificultou o acesso à saúde
Mais de metade da população portuguesa considera que a pandemia de Covid-19 dificultou o acesso a cuidados de saúde. A população mais idosa e os doentes crónicos são quem mais manifesta essa dificuldade.
As conclusões constam do estudo “Acesso a cuidados de saúde em tempos de pandemia”, da responsabilidade da GFK Metris e que foi promovido pelo Movimento Saúde em Dia - Não Mascare a Sua Saúde, uma iniciativa da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) e da Ordem dos Médicos, em parceria com a Roche.
Apresentamos algumas das principais conclusões do estudo:
- 57% dos portugueses consideram que a pandemia dificultou o acesso a cuidados de saúde;
- 692 mil portugueses não realizaram, durante a pandemia, uma consulta médica que estava marcada; a quase totalidade das consultas não realizadas foi desmarcada pelas unidades de saúde;
- 210 mil portugueses que se sentiram doentes durante a pandemia não recorreram a cuidados de saúde;
- 40% dos portugues diz que recorreria de certeza a cuidados de saúde durante a pandemia em caso de necessidade; 35% afirma que só recorria a cuidados de saúde se a situação fosse grave; mais de 22% indica que “provavelmente recorreria” a cuidados durante a pandemia;
- Cerca de metade da população diz sentir-se segura no acesso a cuidados de saúde. Os que manifestam insegurança referem o receio de contágio como principal justificação.
Cuidados à distância
Com milhares de atos médicos em suspenso durante a fase inicial da pandemia em Portugal, os serviços e unidades de saúde recorreram muitas vezes a contactos à distância com doentes ou utentes.
Dado que a medicina à distância em sido muito referida no contexto dos cuidados de saúde desde que a Covid-19 entrou na nossa vida coletiva, o estudo tentou também perceber qual a experiência dos portugueses com a telemedicina:
- 9% dos portugueses (699 mil) tivera uma consulta médica à distância;
- 95% destas consultas por telemedicina foram por telefone, o que significa que quase todas foram uma não-efetiva consulta de telemedicina;
- Menos de 5% dessas teleconsultas envolveram transmissão de imagem;
- Dois terços do que tiveram consultas à distância afirmam que gostariam de ter tido contacto presencial. Uma observação mais completa e maior qualidade no atendimento são os motivos apontados para essa preferência.
Pode consultar o estudo à população elaborado pela GFK Metris para o Movimento Saúde em Dia aqui
O estudo quantitativo foi realizado, com base em questionários presenciais, entre 28 de agosto e 7 de setembro. A amostra foi constituída por mais de mil pessoas a partir dos 18 anos e residentes em Portugal Continental, sendo a amostra representativa da população portuguesa.
A Ordem dos Médicos e a APAH, em parceria com a Roche, apelam a todos os portugueses para que estejam atentos a sinais ou sintomas de alerta e recorram ao médico em caso de necessidade.
Reveja o evento de apresentação dos resultados do estudo à população